Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2013

O Pequeno Casagrande

O Governador Casagrande é realmente uma pessoa pequena. Mediocridade e incompetência são adjetivos ainda fracos para caracterizar a estirpe desse facínora. Em sua insensibilidade coma vida alheia epidêmica, o intitulado Governador do ES, promoveu HOJE, com a nossa "valorosa" classe política (estavam lá, entre outros, Hartung e Magno Malta) uma reunião para "AVALIAR" os efeitos das chuvas que acontecem no nosso estado. É uma lástima, que custa esperanças e vidas,  que isso só esteja acontecendo com duas semanas de atraso, 60 mil desabrigados e 27 mortes depois do acontecido. Mesmo com os Institutos de Meteorologia tendo previsto e avisado que isto ocorreria. Temos vários bairros com pessoas ilhadas, sem água, alimento, esperança e dignidade há mais de 7 dias, pelo menos. O movimento de arrecadação e distribuição de donativos da Praça do Papa foi sumariamente fechado e existem mais de 3.000 (três mil) cestas básicas que foram levadas para o Parque de Exposição d

O Fundamental do Natal

É Natal. Tudo normal. Olhamos a nossa falta e vemos o flagelo. Novidade obscura de tantos outras alienações que acontecem todo dia a nossa volta. Mas todo final de ano é normal. Temos o Natal. Veremos os corpos expostos na televisão. Beberemos a dor oculta da desigualdade. Seremos eternos cúmplices dos hipócritas. Durante o resto do ano trabalharemos, rezaremos, pediremos a Deus misericórdia, concórdia e uma Paz utópica que só existe no jingle forjado de final de ano. Mas é Natal. Tudo tem que ser Normal. As pessoas estão à deriva em suas casas, em seus sonhos, em suas crenças, em sua fome, em sua sede de harmonia e prosperidade. Afinal vivemos e militamos no Estado do Espírito Santo; somos Santos por natureza e leveza de Estado de Espírito. Todos nos olham, todos sempre nos olharam, todos sempre nos veneraram. Deus (Ah! O bom Deus!) sempre nos protegeu. E, afinal de contas, é Natal. Tudo deveria ser normal. Aqui não e

Espírito Santo: Um Estado à deriva

O anti-Governador Renato Casagrande diz em suas entrevistas que a situação do Estado é “delicada”, quando todos sabemos que estamos vivendo uma tragédia de proporções descomunais, nunca vista antes. O problema é que ele não quer decretar o “ESTADO DE CALAMIDADE” temendo eventuais “repercussões negativas ” nas eleições do próximo ano. Além disso, como já não fosse pouca a sua negligência, irresponsabilidade e insensibilidade com a vida dos capixabas, ele vem “RECUSANDO” - ainda para evitar as consequências ao seu projeto de poder - a ajuda do Governo Federal, que disponibilizou a cerca de uma semana, além da Força Nacional de Segurança, todo aparato humano e logístico para atuar em situações de tragédias como a que estamos vivendo no momento. É isso que está acontecendo, somos um Estado literalmente à deriva, nas mãos políticos irresponsáveis, negligentes e que só estão preocupados com a manutenção do poder. Aliados a grande (pequena) mídia, eles vendem a ilusão que somos u

Um estudante de gazeta

Mesmo questionando nosso modelo “educacional” , que em muitos pontos deixa muito a desejar, temos que assumi-lo como fenômeno cultural da nossa sociedade. Nesse contexto, a categoria “estudante” comporta muitas representações. Mas distinguirei aqui somente dois arquétipos, a titulo de ilustração didática. Há estudantes atentos, envolvidos, antenados, que refletem, que enxergam para além da aula e que, muitas vezes questionam e embaralham seus supostos “mestres”. Vemos também - repito: “nesse exercício ilustrativo” - que também há o seu antípoda: o estudante que não presta atenção, questiona sem embasamento e visão do contexto, faz perguntas abrangentes, equívocadas e descontextualizadas e, quando questionado de suas “certezas”, tem um estilo raivoso, autoritário e afetado emocionalmente, visando dar maior poder de intimidação a seus argumentos; e, além disso, em sua maioria, são adeptos da gazeta, ou seja, matam as aulas. Esse último arquétipo parece ser o de pertencimento do e

Um Réquiem para Mandela

 Nos emoldaremos em teu corpo e abraçaremos tua alma forte, irmanados em tua existência de luta, persistência, coragem e generosidade. Serás nosso guia incessante, como exemplo de conduta, de superação dos sofrimentos, de obstinação pela liberdade, de grandeza de viver, de dignidade de morrer. Tentaremos sempre seguir os teus inabaláveis passos, tua incondicional doação pelo outro, tua inalienável fé na igualdade entre os homens. Vá em Paz, Mestre Mandela! Seguiremos em luta, - na tua luta - nessa utopia movente por um mundo melhor. Isso é o que poderemos fazer de mais digno em tua homenagem. Vá em Paz, Mestre! Continuaremos aqui, com tua sagrada guerra!

Receita para se destruir um grande amor

Assim, meio de repente, (quase sem perceber) o olhar se tornou vazio, a palavra se tornou falsa, o riso se tornou frio, o desejo se tornou casto, o afeto se tornou vago. Mera aparência. Coincidência acidental de tantas meias verdades, de tantas mentiras inteiras. Até que se esforçaram, de alguma forma. O problema é que somente formas não sustentam afetos. É preciso núcleo, c onteúdo, curso, decurso, recurso. Formou-se assim, (dessa inconsistente massa) um enorme vazio, uma vivência alheia, uma presença fria, sem zelo, sem elo, sem halo, sem tato. Até que tentaram estabelecer alguma forma de contato; mas a falta de sentidos foi tanta que ficou mais visível ainda a efetividade da insensibilidade. O tempo, então, se tornou passatempo: horizonte insipido, inodoro, incolor. Cosmo carente de Eros. Homogeneidade cosmética. Se arrastaram numa desistência mútua. Mantiveram um arremedo de relação, sustentada apenas pela convenção social.

Ode à montanha

Sem pedir licença, tomo de empréstimo sua concreta beleza em essência para transformá-la na discreta essência de um poema. Não é preciso muito tempo para perceber. Não é preciso muito tempo para consagrar. (Difícil é escalar essas insólitas alturas) Há beleza em toda sua fêmea unimultiplicidade: menina, moça, filha, mãe, guerreira, mulher; em todos os tempos e sentidos, com todas as dimensões e formas métricas, tétricas, herméticas, védicas e assindéticas, que em você não se perdem, transcendem. Alterações imanentes, revoluções permanentes de quem busca, (com altivez, coragem e atitude) o novo, o incerto, o desafiador, o procriador. Habita em suas rochosas entranhas uma necessidade intrínseca de ruptura e ressignificação; um gozo supremo da alma que se materializa em seus vigorantes olhos, em seus contundentes gestos, em seus transfigurantes passos. em seus desconcertantes braços. Apesar de não nos tocarmos em pele, apesar de não no

A educação e a questão do racismo no Brasil

A questão racial no Brasil foi sempre ideologicamente camuflada em nome de uma suposta “harmonia racial”. Olhando a história educacional no Brasil vemos claramente a configuração de um ideário que determina a hegemonia da cultura branca europeia. Os livros didáticos infantis só continuam imagens afirmativas de crianças brancas, não havendo um reconhecimento da dignidade e legitimidade de negros e índios. Sabemos da difusão sistemática e histórica, de diversas formas, desse imaginário de segregação e desconsideração dos negros e indígenas; lembramos que as meninas negras queriam e usavam bonecas brancas e louras para brincar, que achavam seu “cabelo ruim” , que “ negro quando não caga na entrada caga na saída” , que “índio é bicho preguiçoso” , etc.. Hoje temos o desafio inadiável de desconstruir essa ideologia etnocêntrica branca e inserir, na práxis pedagógica, o reconhecimento afirmativo da imagem e da herança cultural – que nos perpassa enquanto brasileiros – das outras matr

Sobre o medo de ter coragem

Vemos pipocar pelos quatro cantos várias opiniões pejorativas a cerca do movimento pelas ruas. Que não tem pauta Que é desorganizado. Que quer tudo e não quer nada. Que já vimos esse discurso antes. Que será distorcido. Que é movimento de playboy. Que a mídia capitalista vai manipular. Que o ufanismo nacionalista de direita vai voltar. Será que temos então - em nome do medo - que renunciar a coragem, a disposição e a convicção de expor e discutir em praça pública nossas mazelas sociais? Será que temos então - em nome do medo - que deixar de lado a possibilidade de estabelecer uma nova perspectiva ética e política para o nosso País? Prefiro o erro da participação que a tranquilidade da acomodação. Posso não saber aonde esse caminho vai dar, mas sei que quero caminhar, - sair desse lugar - e pelo menos viver o sonho de querer mudar. De que serve uma vida sem combate, sem se arriscar a fazer um risco - ou mesmo um rabisco - no desenho

A Poética da Indiferença em “5 peças” do Grupo Z.

A montagem “4 Intérpretes para 5 peças” do Grupo Z de Teatro, desperta espasmos e inquietações involuntárias na assistência. Em tempos de modelação e conformação corpórea, que se refletem na proriferação de academias de ginástica, cosméticos, anabolizantes, etc., é incomodo assistir de modo tão visceral ao autofragelo de corpos vigorosos em movimentos ginásticos, contrapostos a um jogo de indiferença afetiva e atrofiamento reflexivo diante do mundo. O teatro por sua dimensão de desocultar e ampliar o sentido da vida, como diria Heidegguer, é uma das “moradas do ser”; e é tanto mais sublime quando - como no Oráculo – aponta sem dizer o que é. Mas para se retirar do emaranhado da vida a neblina da superficialidade e do embotamento existencial e transformá-los estéticamente nesse inquietante jogo transcendente de reconhecimento, é necessário mais que visão periférica e vontade: é preciso trabalho, dedicação, entrega. E isso vê-se claramente no Grupo Z; eles não brincam de fazer te