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Por que precisamos de um “Ano Novo”?

Por sermos humanos,
na mesma proporção que criamos problemas,
criamos sentidos e memórias.
O tempo, em sua dimensão cíclica,
não precisa necessariamente
do homem para vir-a-ser.

Mas nós, de maneira indelével,
nos incrustamos em
suas indiferentes entranhas
e lhe doamos valor simbólico,
suprassensível,
 afetivo,
morfológico,
humano...

A partir daí se abre
(para além da subsistência cotidiana)
essa necessidade  de
restabelecer nossas vivências,
de revigorar acintosamente
nossas percepções e perspectivas de futuro,
que se destilam num emaranhado de alegrias,
tristezas, encontros, confrontos, embates,
frustrações, conquistas, abraços, derrotas...

Dizem que há tempos perdidos.
Dizem que há tempos aflitos.
Dizem que há tempos contritos.
Dizem que há tempos restritos.

Mais como distinguir, separar,
ordenar e superar isso logicamente,
sem perder a dimensão do
sagrado, da esperança e,
(de modo mais urgente ainda)
do encantamento diante da vida?

Para isso precisamos de um “Ano Novo”.
Por isso esperamos por um “Ano Novo”.
Com isso festejamos mais um “Ano Novo”.


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