Sem pedir licença, tomo de empréstimo sua concreta beleza em essência para transformá-la na discreta essência de um poema. Não é preciso muito tempo para perceber. Não é preciso muito tempo para consagrar. (Difícil é escalar essas insólitas alturas) Há beleza em toda sua fêmea unimultiplicidade: menina, moça, filha, mãe, guerreira, mulher; em todos os tempos e sentidos, com todas as dimensões e formas métricas, tétricas, herméticas, védicas e assindéticas, que em você não se perdem, transcendem. Alterações imanentes, revoluções permanentes de quem busca, (com altivez, coragem e atitude) o novo, o incerto, o desafiador, o procriador. Habita em suas rochosas entranhas uma necessidade intrínseca de ruptura e ressignificação; um gozo supremo da alma que se materializa em seus vigorantes olhos, em seus contundentes gestos, em seus transfigurantes passos. em seus desconcertantes braços. Apesar de não nos tocarmos em pele, apesar de não nos reconhecermos em tato, nos afagamos nessa inquietação existencial que busca vida, sonhos, afetos e desejos nos mais incômodos olhares, nos mais desvalidos lugares. Diante dessa perspectiva me curvo: beleza ardente e sutil, fortaleza forte e selvagem, paradoxo gaia/caos. |
No ensaio “O Existencialismo é um Humanismo ” o filósofo Jean-Paul Sartre busca esclarecer e fazer uma defesa - enfatizando seus principais pressupostos - de sua proposta existencialista exposta na obra “ O Ser e o Nada ”, que foi duramente atacada tanto pela ortodoxia cristã, como pelo fundamentalismo ateu-marxista. Os cristãos o acusam de - ao negar a essência divina como fundante do humano – promover uma visão gratuita, sórdida e angustiada da vida, esquecendo das belezas do viver, ou, em suas palavras, abandonando “o sorriso da criança”. Já os marxistas indicam que Sartre propõe uma espécie de “imobilismo do desespero” , onde o fechamento das possibilidades da ação solidária consolidaria uma filosofia de caráter contemplativo, de fundo burguês. Os dois lados, segundo Sartre, partilham da certeza de que o Existencialismo, por ter sido gerado tendo como base o subjetivismo Cartesiano, promove o isolacionismo humano, se configurando então como uma doutrina sem ética e que promoveria
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