- O senhor pensa muito na morte?
- Sim doutora, todos os dias.
- E por que?
- Porque a questão mais radical para se pensar o fenômeno humano é sua dimensão e consciência da finitude. Concordo com Camus...
- Com quem???
- Camus, Albert Camus, o filósofo..
- Ah sim... Prosiga, o que ele diz?
- Que a questão mais fundamental para se refletir é a da morte...
- Sim, sim... Mas não foi dessa forma precisamente que eu estava me referindo; queria saber se o senhor tem ideias suicidas.
- Acho que a maioria das pessoas tem, inclusive a senhora..
- Mas o senhor tem isso de modo recorrente?
- Não, estou com Camus de novo...
- Como assim?
- É porque na visão dele a vida é um absurdo, sendo assim o suicídio da mesma forma é um absurdo, porque as pessoas se matam por levar muito a sério a vida, os valores que são colocados prá nós em termos de sucesso, fracasso, realização, etc...
- Entendi. Já deu a hora, vamos encerrar por aqui hoje.
- Ok, doutora. E quanto foi mesmo a consulta:
- Duzentos e cinquenta.
- Tá vendo como não há como não se pensar na morte?
- Como assim? Não entendi.
- Deixa prá lá... nosso tempo já acabou...
- E por que?
- Porque a questão mais radical para se pensar o fenômeno humano é sua dimensão e consciência da finitude. Concordo com Camus...
- Com quem???
- Camus, Albert Camus, o filósofo..
- Ah sim... Prosiga, o que ele diz?
- Que a questão mais fundamental para se refletir é a da morte...
- Sim, sim... Mas não foi dessa forma precisamente que eu estava me referindo; queria saber se o senhor tem ideias suicidas.
- Acho que a maioria das pessoas tem, inclusive a senhora..
- Mas o senhor tem isso de modo recorrente?
- Não, estou com Camus de novo...
- Como assim?
- É porque na visão dele a vida é um absurdo, sendo assim o suicídio da mesma forma é um absurdo, porque as pessoas se matam por levar muito a sério a vida, os valores que são colocados prá nós em termos de sucesso, fracasso, realização, etc...
- Entendi. Já deu a hora, vamos encerrar por aqui hoje.
- Ok, doutora. E quanto foi mesmo a consulta:
- Duzentos e cinquenta.
- Tá vendo como não há como não se pensar na morte?
- Como assim? Não entendi.
- Deixa prá lá... nosso tempo já acabou...
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