Assistimos perplexos e, de certa forma, desmobilizados a edição e aprovação na Câmaras dos Deputados da imoral e humilhante PEC 241. De modo mais sofisticado e dissimulado, mas nem por isso menos cruel, podemos afirmar tranquilamente que essa PEC é filha bastarda do AI5. Ela representa inexoravelmente o retorno à indiferença e à barbárie social, relocando o Brasil nos trilhos do colonialismo, de uma ideologia servil e escravagista.
Sob a falácia da “austeridade monetária”, mas sem sequer citar o monstruoso gasto com a dívida pública que beneficia os banqueiros, o golpista e entreguista Temer retira dos mais necessitados uma ainda frágil base e garantia institucional que foi construída para que – minimamente, diga-se de passagem – pudéssemos ter alguma consideração, respeito e visão de futuro para diminuirmos os ainda medievais percentuais de desigualdade que temos; realidade que a mentalidade “aristocrática”, de uma suposta “elite”, tem pavor de ver alterada; o paradigma aqui nem capitalista é ainda, pois sequer cogita que possa haver algum tipo de “mobilidade social”, umas das teses que o capitalismo - em seu pseudodarwinismo social - utiliza para manter seu ideal de dominação.
A visão social – se é que podemos classificar desta maneira - do lacaio Temer e seus asseclas é algo similar ao Sistema de Castas; ou seja, se você nasceu pobre e miserável é porque Deus quis; azar o seu se a sua condição for esta; se conforme com seu destino miserável e espere pelo juízo final; ter Educação e Saúde de qualidade é para as “Castas Superiores”, para os que podem pagar, para os que foram “escolhidos” por vontade divina; a frase dita pelo Deputado Nelson Marquezelli (PTB/SP) demonstra bem isso: “Quem não tem dinheiro não faz faculdade.”
O pior é que o grosso da população, anestesiada em grande parte pelo espetáculo midiático da Lava-Jato, parece não se dá conta do grau de crueldade, humilhação e exclusão de direitos sociais que serão instituídos pelo Desgoverno Temer – com o aval de um Congresso igualmente imoral - através da PEC 241. Estamos assistindo, de modo análogo, a efetivação de um movimento que lembra muito também o projeto de extermínio Nazista: a PEC 241 é uma espécie de “Câmara de Gás Social”; a morte será lenta, fria, indiferente, gradual...
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