Pular para o conteúdo principal

A Globo no comando do Golpe

Emito minha opinião a partir das minhas percepções, fato que todos têm o direito de fazê-lo, mas que somente é possível hoje porque lutamos, desejamos e arriscamos nossas vidas por isso: LIBERDADE e DEMOCRACIA. Vemos agora, novamente, o mesmo discurso de "patriotismo" exacerbado, que já construiu Hitler, Mussolini e, no nosso caso, a Ditadura Militar que nos vendeu aos interesses dos Estados Unidos, atitude nada patriótica na prática; mantenho a minha opinião sobre a origem fascista e retrógrada dessa onda, que clama pela volta da ditadura, pelo fim das cotas e do bolsa família, pelo ódio às ideias de Paulo Freire, etc, etc., e, sobretudo, quando vejo tipos como Bolsonaro, Feliciano, Malafaia, etc., como líderes.
Sabemos que em todos os movimentos há, de alguma forma, comandantes e comandados. Sabemos também que por trás das ideias se movem interesses não revelados que muitos não percebem; e, nessa nova onda, que se apoia no antipetismo como fundamento aparente, temos mais uma vez o comando ideológico da nefasta, golpista e fascista Rede Globo (junto das poucas famílias que detém o Sistema de Comunicação no Brasil), que elege quem são os vilões e os mocinhos da história e movimenta as massas na direção que lhe interessa. Foi assim no Golpe de 1964, foi assim na eleição e na derrubada do Collor e está sendo assim hoje. É claro que todos nós, cidadãos de bem, queremos políticos mais éticos e dignos, uma política para o bem comum, mais teremos, para isso, de fundamentalmente operar uma reforma política (além da Cultural), coisa que a Globo não tem o menor interesse, pois o negócio dela é poder e lucro (não necessariamente nesta mesma ordem), estando a serviço da concentração de renda, das grandes empresas capitalistas e dos interesses estrangeiro, além é claro do seu monopólio e enriquecimento. O velho Brizola já avisava: “A Globo é uma empresa estrangeira com sede no Brasil. ”
Como falar em combate à corrupção sem desmontar a estrutura de privilégios do Judiciário Brasileiro, com seus salários e suas "ajudas de custo" que humilham os brasileiros? Cadê a indignação com isso? Por que a Globo, via sua escrava Gazeta aqui no Espírito Santo (assim como acontece analogamente com Aécio em MG, Alckmin em SP, Richa em Curitiba, etc) nunca se indignou e denunciou os esquemas e arranjos escusos montados por Hartung? Cadê o tal “espírito de indignação” contra corrupção que ela propaga agora diariamente? Por que ela, tão preocupada com a corrupção, não se colocou contra a "doação" da Vale do Rio Doce no Governo FHC, uma falcatrua de altos favorecimentos a grupos privados e totalmente lesivo ao patrimônio público? Em outras palavras: por que ela não denuncia essa corrupção?
Esse "movimento patriota" jamais aconteceria se não fosse o sistemático apoio dessa mídia; sobretudo da Globo que é um caso único em países considerados “democráticos” de uma empresa com abrangência de praticamente 100% do território nacional, que promoveu uma verdadeira "limpeza étnica" na cultura brasileira, pois não há espaço em sua “grade” (literalmente) para as diversidades regionais. A Globo apoiando um movimento “contra a corrupção”? A Globo transmitindo ao vivo “manifestações populares”? Logo ela, a Globo, que se especializou em sonegar impostos e chantagear governos para levantar altíssimos lucros com dinheiro público?
Como disse em outras ocasiões, não estou aqui defendendo Dilma, Lula ou o PT, nunca fui filiado a partido nenhum, atuo politicamente nos movimentos sociais e nas dimensões políticas participativas de conselhos e entidades da sociedade civil; desejo e quero mesmo que todos sejam investigados, julgados e punidos exemplarmente, mas de modo igual, sem privilégios, sem distinção partidária ou ideológica, como determina o princípio de isonomia da Constituição Brasileira; mas o que temos neste momento é a mais pura hipocrisia e maniqueísmo ideológico querendo determinar "quem é corrupto" e "onde está a corrupção". O que não aceitamos é essa manipulação e esse oportunismo, e nos posicionamos contra o retrocesso das conquistas sociais que tivemos nos últimos anos, contra a destruição dos nossos direitos à democracia e à liberdade, contra o domínio de uma mentalidade fascistoide, elitista e hipócrita.
O PT falhou sim - e muito - como partido de esquerda (que já deixou de ser há muito tempo) e paga o preço merecido por não ter feito a revolução social de fato, que tornaria esse país mais avançado em termos de democracia e participação popular; por não ter feito a reforma política e a democratização dos meios de comunicação; por ter feito "acordos de governabilidade" que mantiveram a estrutura de corrupção que sempre existiu no Brasil; surfou na onda do crescimento econômico, que realmente promoveu mudanças e melhorias para uma grande parcela da população que vivia em condições miseráveis, mas, agora, com a recessão e queda econômica que diminui o "bolo" a ser dividido, não tem mais como se sustentar, pois os donos do capital, que se organizam em escala global, querem manter a concentração do poder, do lucro e da riqueza produzida, atacando sobretudo, as políticas de igualdade social, buscando manter o Brasil como foi em seu início e por quase toda sua história: uma colônia de exploração. Contra isso é que lutaremos, sem tréguas.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Angústia, Desespero e Desamparo no Existencialismo de Sartre

No ensaio “O Existencialismo é um Humanismo ” o filósofo Jean-Paul Sartre busca esclarecer e  fazer uma defesa - enfatizando seus principais pressupostos - de sua proposta existencialista exposta na obra “ O Ser e o Nada ”, que foi duramente atacada tanto pela ortodoxia cristã, como pelo fundamentalismo ateu-marxista. Os cristãos o acusam de - ao negar a essência divina como fundante do humano – promover uma visão gratuita, sórdida e angustiada da vida, esquecendo das belezas do viver, ou, em suas palavras, abandonando “o sorriso da criança”. Já os marxistas indicam que Sartre propõe uma espécie de “imobilismo do desespero” , onde o fechamento das possibilidades da ação solidária consolidaria uma filosofia de caráter contemplativo, de fundo burguês. Os dois lados, segundo Sartre, partilham da certeza de que o Existencialismo, por ter sido gerado tendo como base o subjetivismo Cartesiano, promove o isolacionismo humano, se configurando então como uma doutrina sem ética e que promoveria

Berimbau 2 x O Acadêmico

Em maio último Antonio Dantas, coordenador do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), ao tentar justificar o baixo conceito alcançado no ENADE, afirmou que isto é devido “ao baiano tem baixo Q.I”. Afirmou ainda categoricamente que “o berimbau é um instrumento prá quem tem poucos neurônios , pois possui somente uma corda .” A retórica empolada e cientificista de Dantas é um recurso largamente utilizado em nossos dias para justificar e explicar fatos e fenômenos em geral; e por força ideológica e midiática, ganha comumente contorno de verdade absoluta e inquestionável. A fala do Dr. Coordenador revela um ranço de pureza étnica vigente em nossa “elite”, que ainda determina os rumos do país e mantém firme nosso aviltante quadro de desigualdade e segregação social. O “especialista” é o maior porta voz e defensor da estrutura dominante. Mas o que mais pode estar na raiz desse discurso? Para tentar entender um pouco mais claramente essa questão, deixaremos de lado

O que é isso, o Brincante?

Considera-se o artista Brincante como um legítimo representante da “cultura popular”. A separação entre “cultura” e “cultura popular” é algo que cristaliza vários preconceitos. Distingue a última como um tipo de “fazer” desprovido de um “saber”, ou uma coisa “velha”, fruto da “tradição”, resíduo de uma gente em extinção. O termo “cultura popular” direciona para o passado, para um espaço perdido, para uma ruína que ainda resiste diante do fim inexorável. Já o que designa “cultura” - em contraposição a sua designação como “popular” - aponta para um saber atualizado, abarrotado de conhecimento comprovado e necessário; nessa acepção estamos “antenados com o presente” e “preparados para o futuro”. Na maioria das vezes quando ouvimos dizer que “fulano tem muita cultura”, está se referindo a alguém que adquiriu títulos, escreveu livros ou possui notoriedade por sua “produção intelectual”. Não se trata aqui de uma “cultura qualquer” que se apreende ordinariamente no meio da rua. Esse “suj