O ex-governador Hartung é um homem fechado; é um homem duro; em suma, é um homem de masmorras. E apesar de toda massificação propagandista feita - a expensas do erário público – para elevar sua figura ao estatuto de um estadista, creio que ele será lembrado no futuro por seu estilo masmorrento, que terá seu símbolo máximo com a edificação do “CAIS DAS ARTES”, um projeto personalista, faraônico e dispendioso que será erguido em detrimento às reais e urgentes necessidades da população e do fragilizado setor cultural do Espírito Santo.
Hartung mantém viva a velha concepção centralizadora e onipotente que caracteriza a política oligárquica que muitos pensavam ultrapassada e enterrada. Ele - que no passado se arvorou como líder estudantil de esquerda - mostrou no decorrer desses últimos oito anos sua verdadeira e ortodoxa genealogia, fincada nos mais fiéis princípios do coronelismo. O que estamos identificando aqui, é que o famigerado caso das cadeias metálicas comparadas com masmorras medievais, denunciadas por organismos de defesa dos direitos humanos em Genebra, caracterizam o modo próprio de ser do rebento de Guaçui, guiando suas masmorrentas práticas políticas. A idiossincrasia Hartunguiana repete um modelo de relação política personalista e arcaica, que mutila, avilta e impede o crescimento da produção artística-cultural do Espírito Santo.
Podemos citar vários fatos que identificam esse “ethos masmorrístico”, consagrado em seus oito anos como mandatário; o Conselho Estadual de Cultura só foi concebido no segundo período do seu mandato e por pressão da política do Sistema Nacional de Cultura do Governo Federal, e não passou de mera instituição cosmética, sem qualquer poder de influenciar nas políticas públicas de cultura. A ex-secretária de Cultura Sra. Dayse Lemos - além da predileção por vestidos amarelo-ovo - tinha a habilidade de restringir e impedir a atuação do Conselho de Estadual na efetivação das políticas culturais, colocando-o a parte das discussões das ações de fomento e destinação das verbas públicas para o setor. Como exemplos podemos citar: a construção a custos estratosféricos desse famigerado “Cais das Artes”, o caquético edital do Fundo Estadual de Cultura e a estranha monopolização das verbas da maioria das ações culturais do Estado para o estrangeiro e incipiente Instituto SINCADES, instituição precocemente fundada e ligada ao setor do comércio varejista; isto tudo caracteriza uma contundentemente afronta e descumprimento da Constituição Estadual, que em seu artigo 184 diz: “Será assegurada, na forma da Lei, a participação da sociedade civil na formulação da política estadual de cultura.”
Essa insólita e célere terceirização da cultura através desse famigerado Instituto SINCADES, ignorando totalmente a representatividade da sociedade civil no Conselho Estadual de Cultura, parece ser um caso único no Brasil e causa muito estranhamento e perplexidade a todos ligados aos setores produtivos da cultura no Espírito Santo. O Edital de Pontos de Cultura, por exemplo, exige que a instituição tenha dois anos de registro legal e ação comprovada de sua proposta cultural, mas o engatinhante e varejista SINCADES – com menos de um ano de fundação - conseguiu abocanhar valores muito mais vultosos que os destinados aos pontos de cultura; dinheiro que foi aplicado, na sua maioria, em exposições requentadas cujo montante - se fosse aplicado na produção cultural local - poderia dar início a uma verdadeira revolução social neste estado, promovendo a distribuição de renda, diminuição da violência, ampla produção artística e acesso de um número infinitamente maior da população ao fazer artístico, sendo este “fazer” relacionado à história e expressão do seu povo; além disso contribuiria com o desenvolvimento e afirmação da cultura do Espírito Santo, que detém a sexta economia do país mas, em termos de produção e projeção artístico-cultural no contexto nacional, está muito longe deste parâmetro.
Sobre a questão da violência em nosso Estado, existe o fato curioso que o atual secretário de Segurança Sr. Henrique Herkenhoff, prá justificar a inoperância e ineficiência da política de segurança pública, atribuiu a uma gênese cultural violenta e assassina - uma espécie de “ethos charlesbronsístico” – comum aos capixabas, que seria a causa fundamental dos altíssimos índices de violência em nosso Estado. O Sr. Herkenhoff, na contramão de organismos federais que identificam e propõem ações a vários bolsões de pobreza em nosso estado - principalmente na região da grande Vitória - não enxerga muita contribuição do descaso do poder público na efetivação desses amontoados humanos surgidos a partir de uma visão econômica industrial desenvolvimentista, mas sim a esta dimensão “matar ou morrer” que, segundo o digníssimo secretário, é inata aos que nascem em terras capixabas. Será que, por exemplo, aqueles 259 milhões do FUNDEP que não foram repassados pelo Governo Hartung à educação – conforme noticiou em sua primeira página o Jornal “O Globo” e estranhamente passou à margem na mídia local – não poderiam contribuir para diminuir os índices de violência ou até mesmo, aceitando a tese esdrúxula do atual Secretário de Segurança, aplacar a fúria indomável e faroerística que segundo sua análise caracteriza o povo Capixaba?
Esses e outros fatos indicam que - para nossa desgraça e flagelo - esse modus operandi masmorrístico continuará a ser o diapasão da gestão atual e terá plena continuidade. Podemos citar como outro exemplo o fato da Sra. Lemos já está estrategicamente posicionada na Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger) para comandar a construção do nababesco “Cais das Artes” que, pelo valor total orçado, custará mais de cinco vezes o preço de mercado para o metro quadrado construído; não tivemos acesso as planilhas que devem explicitar e justificar os elevados custos desta obra, mas presumimos que pelo valor de cerca de 130 milhões de reais, esse prédio tem inspiração nos palácios das fábulas das mil e uma noite.
Enquanto se caminha para construção do colossal monumento ao ego da família real Hartung - que argumentam possibilitará a pseudo-elite capixaba ter acesso à “cultura elevada e de bom gosto” - o mestre Jorginho do Jongo de Presidente Kennedy continuará sem local para ensaio, a quadra da Banda de Congo Santa Izabel em Roda Água continuará com infiltrações e goteiras, prédios históricos desmoronando, teatros de menor porte serão demolidos, escolas públicas do estado continuarão sem espaços para atividades culturais ...
Para não haver qualquer mudança nesse asfixiante e pragmático modelo, será mantida na Secretaria Estadual de Cultura a mesma camarilha da gestão anterior, tendo como guardião mor o Sr. Erlon Paschoal - uma espécie de Golbery da cultura local - postado como um Cérbero na porta do Hades para defender a nefasta e masmorrificante política cultural consagrada pelo poderoso e indevassável Senhor de Todos os Destinos Hartung. Assim, o novo Secretário de Cultura Frei Paulo vai conhecer o inferno sem precisar sair do corpo; mas esperemos sempre que um milagre venha a acontecer e que ele consiga ressuscitar ao terceiro dia.
“A masmorra cresce e humilha: ai daquele que tentar rompe-la!”. (PH – Primeiro e Único)
Hartung mantém viva a velha concepção centralizadora e onipotente que caracteriza a política oligárquica que muitos pensavam ultrapassada e enterrada. Ele - que no passado se arvorou como líder estudantil de esquerda - mostrou no decorrer desses últimos oito anos sua verdadeira e ortodoxa genealogia, fincada nos mais fiéis princípios do coronelismo. O que estamos identificando aqui, é que o famigerado caso das cadeias metálicas comparadas com masmorras medievais, denunciadas por organismos de defesa dos direitos humanos em Genebra, caracterizam o modo próprio de ser do rebento de Guaçui, guiando suas masmorrentas práticas políticas. A idiossincrasia Hartunguiana repete um modelo de relação política personalista e arcaica, que mutila, avilta e impede o crescimento da produção artística-cultural do Espírito Santo.
Podemos citar vários fatos que identificam esse “ethos masmorrístico”, consagrado em seus oito anos como mandatário; o Conselho Estadual de Cultura só foi concebido no segundo período do seu mandato e por pressão da política do Sistema Nacional de Cultura do Governo Federal, e não passou de mera instituição cosmética, sem qualquer poder de influenciar nas políticas públicas de cultura. A ex-secretária de Cultura Sra. Dayse Lemos - além da predileção por vestidos amarelo-ovo - tinha a habilidade de restringir e impedir a atuação do Conselho de Estadual na efetivação das políticas culturais, colocando-o a parte das discussões das ações de fomento e destinação das verbas públicas para o setor. Como exemplos podemos citar: a construção a custos estratosféricos desse famigerado “Cais das Artes”, o caquético edital do Fundo Estadual de Cultura e a estranha monopolização das verbas da maioria das ações culturais do Estado para o estrangeiro e incipiente Instituto SINCADES, instituição precocemente fundada e ligada ao setor do comércio varejista; isto tudo caracteriza uma contundentemente afronta e descumprimento da Constituição Estadual, que em seu artigo 184 diz: “Será assegurada, na forma da Lei, a participação da sociedade civil na formulação da política estadual de cultura.”
Essa insólita e célere terceirização da cultura através desse famigerado Instituto SINCADES, ignorando totalmente a representatividade da sociedade civil no Conselho Estadual de Cultura, parece ser um caso único no Brasil e causa muito estranhamento e perplexidade a todos ligados aos setores produtivos da cultura no Espírito Santo. O Edital de Pontos de Cultura, por exemplo, exige que a instituição tenha dois anos de registro legal e ação comprovada de sua proposta cultural, mas o engatinhante e varejista SINCADES – com menos de um ano de fundação - conseguiu abocanhar valores muito mais vultosos que os destinados aos pontos de cultura; dinheiro que foi aplicado, na sua maioria, em exposições requentadas cujo montante - se fosse aplicado na produção cultural local - poderia dar início a uma verdadeira revolução social neste estado, promovendo a distribuição de renda, diminuição da violência, ampla produção artística e acesso de um número infinitamente maior da população ao fazer artístico, sendo este “fazer” relacionado à história e expressão do seu povo; além disso contribuiria com o desenvolvimento e afirmação da cultura do Espírito Santo, que detém a sexta economia do país mas, em termos de produção e projeção artístico-cultural no contexto nacional, está muito longe deste parâmetro.
Sobre a questão da violência em nosso Estado, existe o fato curioso que o atual secretário de Segurança Sr. Henrique Herkenhoff, prá justificar a inoperância e ineficiência da política de segurança pública, atribuiu a uma gênese cultural violenta e assassina - uma espécie de “ethos charlesbronsístico” – comum aos capixabas, que seria a causa fundamental dos altíssimos índices de violência em nosso Estado. O Sr. Herkenhoff, na contramão de organismos federais que identificam e propõem ações a vários bolsões de pobreza em nosso estado - principalmente na região da grande Vitória - não enxerga muita contribuição do descaso do poder público na efetivação desses amontoados humanos surgidos a partir de uma visão econômica industrial desenvolvimentista, mas sim a esta dimensão “matar ou morrer” que, segundo o digníssimo secretário, é inata aos que nascem em terras capixabas. Será que, por exemplo, aqueles 259 milhões do FUNDEP que não foram repassados pelo Governo Hartung à educação – conforme noticiou em sua primeira página o Jornal “O Globo” e estranhamente passou à margem na mídia local – não poderiam contribuir para diminuir os índices de violência ou até mesmo, aceitando a tese esdrúxula do atual Secretário de Segurança, aplacar a fúria indomável e faroerística que segundo sua análise caracteriza o povo Capixaba?
Esses e outros fatos indicam que - para nossa desgraça e flagelo - esse modus operandi masmorrístico continuará a ser o diapasão da gestão atual e terá plena continuidade. Podemos citar como outro exemplo o fato da Sra. Lemos já está estrategicamente posicionada na Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger) para comandar a construção do nababesco “Cais das Artes” que, pelo valor total orçado, custará mais de cinco vezes o preço de mercado para o metro quadrado construído; não tivemos acesso as planilhas que devem explicitar e justificar os elevados custos desta obra, mas presumimos que pelo valor de cerca de 130 milhões de reais, esse prédio tem inspiração nos palácios das fábulas das mil e uma noite.
Enquanto se caminha para construção do colossal monumento ao ego da família real Hartung - que argumentam possibilitará a pseudo-elite capixaba ter acesso à “cultura elevada e de bom gosto” - o mestre Jorginho do Jongo de Presidente Kennedy continuará sem local para ensaio, a quadra da Banda de Congo Santa Izabel em Roda Água continuará com infiltrações e goteiras, prédios históricos desmoronando, teatros de menor porte serão demolidos, escolas públicas do estado continuarão sem espaços para atividades culturais ...
Para não haver qualquer mudança nesse asfixiante e pragmático modelo, será mantida na Secretaria Estadual de Cultura a mesma camarilha da gestão anterior, tendo como guardião mor o Sr. Erlon Paschoal - uma espécie de Golbery da cultura local - postado como um Cérbero na porta do Hades para defender a nefasta e masmorrificante política cultural consagrada pelo poderoso e indevassável Senhor de Todos os Destinos Hartung. Assim, o novo Secretário de Cultura Frei Paulo vai conhecer o inferno sem precisar sair do corpo; mas esperemos sempre que um milagre venha a acontecer e que ele consiga ressuscitar ao terceiro dia.
“A masmorra cresce e humilha: ai daquele que tentar rompe-la!”. (PH – Primeiro e Único)
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