Há muito se tenta entender a pintura a partir de apriorismos psicológicos ou teorias contemplativas e se esquece do corpo. Não se considera como constituinte a radicalidade selvagem da carne humana, que se entrega num jogo de contração e distração ao se lançar no abismo da criação, emprestando sua dimensão perceptiva e seus movimentos vicerais ao desvelar-se da obra. Mas aqui o nascimento da obra como tal, também é sempre um re-nascimento do homem, um sempre buscar-se e reapresentar-se ao mundo. Existe no ato de quem pinta um tocar e ser tocado e também, paralelamente, um sentir e ser sentido. Aqui a divisão epistemológica moderna - do “sujeito” que compõe e do “objeto” que é composto - não vigora. Se o artista constitui algo para se olhar, não tem como evitar que - numa ampliação de perspectiva - também é olhado por ela. Se o homem se faz na obra e correlatamente a obra está inundada por suas “essências”, não podemos deixar de considerar sua corporeidade. E encontramos essa contundênc
Espero aqui compartilhar e interagir com amigos e/ou interessados, para algumas reflexões a respeito de assuntos diversos.