Chegamos ao tempo dos afetos pasteurizados.   Acasos sonsos, omissos casos, descasos parcos,   transações tristes, afagos fáceis, favoráveis,   indiferentes, liquidados a perder de vista.    Qualquer gesto será desmitificado,   desqualificado, massificado enquanto tal;   sem qualquer conotação verbal,   apenas imediato contato casual.     É mesmo necessário evitar-se a fala,   nenhum sentido expresso,   nenhum excesso de sentimento,   nenhum impresso pertencimento.   Falemos pouco,   (ou quase nada mesmo)   sejamos lacônicos,   patéticos, distraídos,   risonhos, fofos, risíveis...     É mesmo necessário,   (praticamente um imperativo ético)   pasteurizar o riso,   articulá-lo em seu vazio pleno,   mumificá-lo em sua dimensão tetânica.   Não há motivos para buscarmos profundidade   em nossos encontros;   já estamos vastos de nós mesmos,   autossuficientes, autossustentáveis,   autodeterminados, autocontrolados.     Temos um império insípido e hipertrofiado   dentro das nossas pequenas ...
Espero aqui compartilhar e interagir com amigos e/ou interessados, para algumas reflexões a respeito de assuntos diversos.