Transponho do papel manuscrito para o plasma um poema ainda em estado liquido. Instável, frágil e torto. Ele não possui ainda a consistência esperada ao ser lançado à tela, onde ganhará uma forma e uma métrica impostas pelo suporte digital. Por outro lado possui -antes de ser digitado - um movimento, uma tensão, um frêmito pulsar dos dedos, que serão impossíveis de serem transladados para a tela. Será que ele ganha? Será que ele perde? Será que é indiferente? Tenho aqui um tema? Tenho aqui uma trama? Tenho aqui um trauma? Há um vigor do tema que dispara o poema, Um entrelaçamento de sentidos esboça a trama, que mais tarde se desenrola (ou muitas vezes enrola) em gestos rápidos e imprecisos; o corpo se emaranha no estorvo dos signos escritos para depois, quem sabe, se conformar, se reformar
Espero aqui compartilhar e interagir com amigos e/ou interessados, para algumas reflexões a respeito de assuntos diversos.