Um dos sentidos possíveis para a palavra grega aisthesis (estética) seria inspirar, trazer o mundo para dentro, senti-lo, revolvê-lo ou, até mesmo, comê-lo; como fazia Cronos com seus filhos, tentando evitar uma possível ameaça futura. E parece ser esse o espírito movente da exposição “Vir-a-Ser” de Ana Lúcia Gonçalves. Através da arte busca-se sempre, de alguma forma, um desvelamento do seu tempo/espaço vivente; tenta-se dissolver a concretude emoldurada do real e remontar, em sua plasticidade residual, uma estrutura significante. Mas ao tentar compreender - e dar sentido efetivo as suas vivências – depara-se com seus próprios dilemas, angústias, zelos, desvelos… Nesse esforço de (re)constituir-se ela, como artista, tem que inexoravelmente debruçar-se sobre o emaranhado novelo de dúvidas, perdas, contradições inerentes ao próprio processo de viver; becos e vielas - linhos e desalinhos existenciais. Inspirar de novo seu próprio mundo, degustar poeticamente suas crias, reassumir
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